domingo, 30 de agosto de 2009

Tornar-se "gay"

No livro “Reflexões sobre a Questão Gay”, o autor Didier Eribon cita o esclarecimento de Foucault em 1982 à respeito de sua fala anterior sobre a homossexualidade, onde diz que esta deve ser algo desejável e não uma forma de desejo:

“Eu gostaria de dizer: ‘É preciso ser gay’, colocar-se numa dimensão em que as escolhas sexuais que fazemos estão presentes e têm seus efeitos sobre o conjunto de nossa vida. Eu queria dizer que também essas escolhas devem ser ao mesmo tempo criadoras de modos de vida. Ser gay significa que essas escolhas se difundem pela vida inteira; também é uma certa maneira de recusar os modos de vida propostos, é fazer da escolha sexual o operador de uma mudança de existência. Não ser gay é dizer: ‘como vou poder limitar os efeitos de minha escolha sexual de tal maneira que a minha vida em nada seja mudada’. Eu direi, é preciso usar da sexualidade para descobrir, inventar novas relações. Ser gay é ser em devir, e para responder à sua questão, acrescentarei que não se deve ser homossexual, mas procurar ser gay”.

apud ERIBON, Didier. Reflexões sobre a questão gay. Rio de Janeiro: Companhia de Freud, 2008, p. 390.

Um comentário:

  1. adorável tudo isso! essa questão fica ianda mais forte se pensamos o termo queer. Ser queer é fundamental! ou no meu caso trans! afinal somos todos enviezados

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