segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Diversidade sexual?!

"Os usos da expressão 'diversidade sexual' como forma de se endereçar a populações 'não heterossexuais' parecem ter acompanhado a difusão da categoria GLS no mercado brasileiro desde 1994, conforme examinado por França (2006). Recentemente, o termo vem sendo incorporado às ações do governo federal– dentre as quais a chamada para estudos sobre 'violência' e 'homofobia' , a qual concedeu apoio à pesquisa que conduzimos. No escopo deste trabalho, a categoria é empregada como ferramenta de análise, circunscrevendo formas de vivência da sexualidade que divergem da norma da heterossexualidade. Embora a expressão 'diversidade sexual' possa parecer destituída de caráter político, ligada ao consumo e ao mercado 'GLS', sinaliza para efeitos políticos associados à crescente visibilidade de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais. Revela um potencial interessante como
instrumento para reflexão, pois aponta inclusive para heterossexualidades dissidentes, como aquelas que podem emergir de estratégias de apresentação e processos de construção de si entre transexuais e travestis. É preciso ter em mente que embora a expressão tenha a pretensão de abranger certa pluralidade de experiências e modos de expressão da subjetividade, em seus usos sociais projetam-se novas zonas de sombra e novas marginalidades – excluindo, por exemplo, a 'pedofilia', a 'zoofilia' e outras práticas carregadas de sentidos de transgressão."

retirado da nota de rodapé do artigo Sexualidades ameaçadoras: religião e homofobia(s) em discursos evangélicos conservadores de Marcelo Natividade e Leandro de Oliveira

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